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domingo, 26 de agosto de 2012

Exames de Medicina Nuclear auxiliam diagnósticos de Cardiologia


Confira na íntegra matéria que vai ser publicada nesta semana no Jornal da Manhã com contribuição do cardiologista Dr. André De Luca:

    Os exames realizados pela Medicina Nuclear na Nuclearmed permitem a visualização de órgãos em seu aspecto funcional, aplicando uma pequena dose de um radiotraçador que é levado ao local específico através de suas propriedades químicas e biológicas. Os procedimentos são seguros e com exposição radiológica igual ou menor aos demais métodos de diagnóstico que envolve radiação com raios-X.
    Atualmente médicos de especialidades como Cardiologia (coração), Oncologia (tumor e metástase), Nefrologia/Urologia (rins e bexiga), Neurologia (cérebro e medula), Endocrinologia (tireóide) Ortopedia/Traumatologia (ossos, articulações e próteses), dentre outras, são os que mais utilizam os exames de diagnóstico por imagem da Medicina Nuclear.
    Desde o último mês, com a instalação de uma nova máquina, a Nuclearmed ratificou Criciúma ainda mais como referência na saúde. Através do SPECT/CT, o primeiro equipamento híbrido multipropósito do Estado, fornece informações funcionais e anatômicas dos órgãos do corpo humano ao mesmo tempo (“exame dois em um”). O SPECT/CT de uma só vez identifica e quantifica a alteração do funcionamento celular e demilitando de forma específica a localização da anomalia.

CINTILOGRAFIA MIOCARDICA – O brilho que vem do coração*
*Dr. André De Luca dos Santos
     A Cintilografia Miocárdica é um exame realizado através da injeção de material radioativo, especifico para uso médico, que quando combinado a um agente químico, possui a capacidade de ligar-se temporariamente ao músculo cardíaco emitindo um brilho que é captado por uma máquina, chamada câmara de cintilação (diferentemente do que acontece em uma máquina de Raios – X, por exemplo, onde a radiação é emitida pelo aparelho). O exame permite identificar alterações da perfusão sanguínea miocárdica (irrigação das paredes do coração), sendo que a principal causa de déficit de suprimento sanguíneo é a aterosclerose (placas de gordura nas artérias do coração). Dessa forma, pode diferenciar entre um entupimento parcial das artérias do coração, que cause falta de circulação em uma região delimitada (isquemia) ou identificar uma área onde já não há mais circulação, como no caso de um infarto antigo do coração, onde há a formação de uma cicatriz (também chamada de fibrose). São realizados protocolos para estudo da perfusão do miocárdio com estresse físico (Teste Ergométrico) ou farmacológico em comparação com a perfusão em condições basais (repouso). Ambas as modalidades de estresse (físico e farmacológico) possuem sensibilidade e especificidade semelhantes, ou seja, a mesma capacidade de excluir ou confirmar a presença de isquemia miocárdica (falta de circulação nas paredes do coração). A vantagem do Teste Ergométrico está em fornecer informações extras sobre o desempenho cardíaco, por este motivo deverá sempre ser preferido, porém as pessoas que por alguma razão não puderem ser submetidas à prova de esforço (limitação ortopédica, idosos sedentários, obesos graves, doenças pulmonares limitantes) não terão prejuízo em relação ao diagnostico de isquemia. O exame poderá ser realizado no chamado protocolo de um dia, onde as etapas de repouso e estresse ocorrerão no mesmo dia, ou então, no protocolo de dois dias (como diz o nome, as etapas de repouso e estresse são realizadas em dias distintos), sendo que este último protocolo é preferido, pois pelo maior tempo disponível, apresenta uma melhor qualidade nas imagens obtidas. O exame tem um papel bem estabelecido dentro do arsenal de exames cardiológicos, sendo que suas principais finalidades são: diagnóstica (identificar ou excluir problemas), acompanhamento evolutivo (após uma cirurgia de revascularização ou uma angioplastia, por exemplo) e estratificação de risco e prognóstico. Esta última em particular é de grande importância, pois já é um conceito estabelecido através de vários estudos estatísticos que diante de um exame normal, a probabilidade de uma pessoa vir a apresentar eventos cardíacos (infarto ou morte por causa cardíaca) em um ano é menor do que 1% na população geral e que mesmo os pacientes que já possuem doença coronariana conhecida, com um exame normal, a probabilidade de complicações é de aproximadamente 2,1% ao ano. O oposto também é verdadeiro, ou seja, quanto mais extensos e intensos forem os defeitos de perfusão, maior a chance de esta pessoa apresentar um infarto ou morte por causa cardíaca.
Sexo feminino
    Apesar das mulheres serem melhores do que os homens em quase tudo, infelizmente quando o assunto é coração elas são sim o sexo frágil. Não estou falando do ponto de vista emocional, mas em relação à doença cardiovascular. Por muitas décadas, havia o conceito de que infarto do coração era uma doença relacionada ao sexo masculino. Hoje se sabe que as mulheres também são suscetíveis ao desenvolvimento de doença arterial coronariana (DAC), porém 10 a 15 anos mais tarde em relação à população masculina. Uma vez diagnosticada, a DAC tem prognostico pior na mulher comparado ao homem. Após infarto do miocárdio, a mortalidade no primeiro ano é maior no sexo feminino, em relação ao masculino (38% e 25% respectivamente). Outra característica da doença cardiovascular no sexo feminino é a difícil caracterização dos sintomas. Diferente dos homens, nas mulheres é comum encontrarmos sintomas atípicos, infartos com pouca dor ou nenhuma dor, especialmente em idosas e diabéticas. Durante a investigação para DAC em mulheres, frequentemente utilizamos o Teste Ergométrico como uma boa ferramenta de triagem. Porém, devido à influência de hormônios femininos, ocasionalmente encontramos alterações no eletrocardiograma, tanto no de repouso quanto no de esforço, que podem ser interpretadas de maneira equivocada como “sugestivas de isquemia”; são os chamados exames “falso-positivos” (especialmente em mulheres em idade fértil, que possuem uma baixa incidência de doença coronariana). Para solucionar este problema, os cardiologistas, já cientes deste fato, frequentemente lançam mão de exames de imagem, como o Ecocardiograma com stress Farmacológico ou a Cintilografia Miocárdica com stress físico ou farmacológico.  A Cintilografia Miocárdica aumenta a precisão diagnóstica do teste ergométrico para ambos os sexos, sendo útil para identificar especialmente os casos de mulheres com testes “falsamente positivos”.
Referência: Medicina Nuclear: da metodologia à clínica/ Editoras Annelise Fisher Thom, Paola Emanuela Poggio Smanio – São Paulo, Atheneu, 2007.

Cardiologistas da NuclearMed
Dr. André De Luca dos Santos – CRM-SC 11.807.
Cardiologista – título de especialista pela  Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)                                                    Pós-graduado em Arritmologia Clínica – InCor –USP.  Habilitação em Arritmologia Clínica pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC)                             

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