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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Artigo sobre medicina nuclear é publicado no Jornal da Manhã


Exames de medicina nuclear auxiliam diagnósticos de cardiologia


A Medicina Nuclear é uma especialidade médica que auxilia no diagnóstico e tratamento dos mais diversos tipos de doenças.

Os exames de imagem da Medicina Nuclear, chamados de Cintilografia, permitem a visualização de órgãos em seu aspecto funcional, aplicando uma pequena dose de um radiotraçador que é levado ao local específico através de suas propriedades químicas e biológicas. Os procedimentos são seguros e com exposição radiológica igual ou menor aos demais métodos de diagnóstico que envolvem radiação com raios-X.

Desde o último mês, com a instalação de uma nova máquina, a clínica Nuclearmed ratificou Criciúma ainda mais como referência na saúde. Através do SPECT/CT, o primeiro equipamento híbrido multipropósito do Estado, que fornece informações funcionais e anatômicas dos órgãos do corpo humano ao mesmo tempo (“exame dois em um”). O SPECT/CT de uma só vez identifica e quantifica a alteração do funcionamento celular e demilita de forma específica a localização da anomalia.
Atualmente médicos de especialidades como Cardiologia (coração), Oncologia (tumores), Nefrologia e Urologia (rins e bexiga), Neurologia (cérebro e medula), Endocrinologia (tireóide) Ortopedia e Traumatologia (ossos, articulações e próteses), dentre outras, são os que mais utilizam os exames de diagnóstico por imagem da Medicina Nuclear.
   
Na área de Cardiologia, a cintilografia tomográfica (SPECT) da perfusão miocárdica associada à radiografia tomográfica (CT) possue maior sensibilidade e especificidade, umas vez que elimina eventuais distorções e aumenta a qualidade da imagem.
   
Para os exames de cardiologia, a Nuclearmed conta com uma equipe médica que inclui o Cardiologista Dr. André De Luca dos Santos que disserta sobre Cintilografia Miocárdica no texto a seguir.

Cintilografia Miocárdica: O brilho que vem do coração

A Cintilografia Miocárdica é um exame realizado através de injeção de material radioativo, específico para uso médico, que quando combinado a um agente químico, possui a capacidade de ligar-se temporariamente o músculo cardíaco emitindo um brilho que é captado por uma máquina, chamada câmara de cintilação (diferentemente do que acontece em uma máquina de Raio X, por exemplo, onde a radiação é emitida pelo aparelho). O exame permite identificar alterações da perfusão sanguínea miocárdica (irrigação das paredes do coração), sendo que a principal causa de déficit de suprimento sanguíneo é a aterosclerose (placas de gordura nas artérias do coração). Dessa forma, pode diferenciar entre um entupimento parcial das artérias do coração, que cause falta de circulação em uma região delimitada (isquemia) ou identificar uma área onde já não há mais circulação, como no caso de um infarto antigo do coração, onde há a formação de uma cicatriz (também chamada de fibrose). São realizados protocolos para estudo da perfusão do miocárdio com estresse físico (teste ergométrico) ou farmacológico em comparação com a perfusão em condições basais (repouso). Ambas as modalidades de estresse (físico e farmacológico) possuem sensibilidade e especificidade semelhantes, ou seja, a mesma capacidade de excluir ou confirmar a presença de isquemia miocárdica (falta de circulação nas paredes do coração).

A vantagem do teste ergométrico está em fornecer informações extras sobre o desempenho cardíaco, por este motivo deverá sempre ser preferido, porém as pessoas que por alguma razãonão podem ser submetidas à prova de esforço (limitação ortopédica, idosos sedentários, obesos graves, doenças pulmonares limitantes) não terão prejuízo em relação ao diagnóstico de isquemia.

O exame poderá ser realizado no chamado protocolo de um dia, onde as etapas de repouso e estresse ocorrerão no mesmo dia, ou então, no protocolo de dois dias (como diz o nome, as etapas de repouso e estresse são realizadas em dias distintos), sendo que este último protocolo é preferido, pois pelo maior tempo disponível, apresenta uma melhor quealidade nas imagens obtidas. O exame tem um papel bem estabelecido dentro do arsenal de exames cardiológicos, sendo que suas principais finalidades são: diagnóstica (identificar ou excluir problemas), acompanhamento evolutivo (após uma cirurgia de revascularização ou uma angioplastia, por exemplo) e estratificação de risco e prognóstico. Esta última em particular é de grande importância, pois já é um conceito estabelecido através de vários estudos estatísticos que diante de um exame normal, a probabilidade de uma pessoa vir a apresentar eventos cardíacos (infarto ou morte por causa cardíaca) em um ano é menor do que 1% na população geral e que mesmo os pacientes que já possuem doença coronariana conhecida, com um exame normal, a probabilidade de complicações é de aproximadamente 2,1% ao ano. O oposto também é verdadeiro, ou seja, quanto mais extensos e intensos forem os defeitos de perfusão, maior a chance de esta pessoa apresentar um infarto ou morte por causa cardíaca.

Sexo Feminino

Apesar das mulheres serem melhores do que os homens em quase tudo, infelizmente, quando o assunto é coração elas são sim o sexo frágil. Não estou falando do ponto de vista emocional, mas em relação à doença cardiovascular. Por muitas décadas, havia o conceito de que infarto do coração era uma doença relacionada ao sexo masculino. Hoje, se sabe que as mulheres também são suscetíveis ao desenvolvimento  de doença arterial coronariana (DAC), porém, 10 a 15 anos mais tarde em relação à população masculina.

Uma vez diagnosticada, a DAC tem prognóstico pior na mulher comparado ao homem. Após infarto do miocárdio, a mortalidade no primeiro ano é maior no sexo feminino, em relação ao masculino (38% e 25% respectivamente). Outra característica da doença cardiovascular no sexo feminino é a difícil caracterização dos sintomas. Diferente dos homens, nas mulheres não é incomum encontrarmos sintomas atípicos, infartos com pouca dor ou nenhuma dor, especialmente em idosas e diabéticas. Durante a investigação para DAC em mulheres, frequentemente utilizarmos o teste ergométrico como uma boa ferramenta de triagem. Porém, devido à influência de hormônios femininos, ocasionalmente encontramos alterações no eletrocardiograma, tanto no de repouso quanto no de esforço, que podem ser interpretadas de maneira equivocada como "sugestivas de isquemia", são os chamados exmaes "falsos positivos" (especialmente em mulheres em idade fértil, que possuem uma baixa incidência de doença coronariana). Para solucionar este problema, os cardiologistas, já cientes deste fato, frequentemente lançam mão de exames de imagem, como o Ecocardiograma com stress farmacológico ou a Cintilografia Miocárdica com stress físico ou farmacológico.

A Cintilografia Miocárdica aumenta a acurácia diangnóstica do teste ergométrico, para ambos os sexos, sendo muito útil para identificar especialmente os casos de mulheres com testes "falsamente positivos".
Referência: Medicina Nuclear: Da Metodologia à Clínica/Editora Annelise fisher Thom, Paola Emanuela Poggio Smanio - São Paulo, Atheneu, 2007.

*Dr. André de Luca dos Santos - Cardiologista CRMSC 11.807
Título de especialista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), pós-graduado em Arritmologia Clínica - InCor - USP. Habilitação em Arritmologia Clínica pela Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC)

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