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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Dr. André de Luca aborda em artigo científico sobre Cintilografia Miocárdica


CINTILOGRAFIA MIOCARDICA *

*Dr. André De Luca dos Santos


A Cintilografia Miocárdica é um exame realizado através da injeção de radiofármacos (tais como tálio-201 ou o Sestamibi), que possuem a capacidade de ligar-se temporariamente aos miócitos por mecanismos diferentes, emitindo sinais que são captados por uma câmara de cintilação. O exame permite identificar alterações da perfusão sanguínea miocárdica, sendo que a principal causa de déficit de suprimento sanguíneo é a aterosclerose levando à isquemia miocárdica.

São realizados protocolos para estudo da perfusão do miocárdio com estresse físico (Teste Ergométrico) ou farmacológico (Dipiridamol ou Dobutamina) em comparação com a perfusão em condições basais (repouso). Ambas as modalidades de estresse (físico e farmacológico) possuem sensibilidade e especificidade semelhantes, ou seja, a mesma capacidade de excluir ou confirmar a presença de isquemia miocárdica. A vantagem do Teste Ergométrico está em fornecer informações extras sobre o desempenho cardíaco, por este motivo deverá sempre ser preferido, porém aqueles indivíduos que por alguma razão não puderem ser submetidas à prova de esforço (limitação ortopédica, idosos sedentários, obesos graves, doenças pulmonares limitantes) não terão prejuízo em relação ao diagnostico de isquemia. O exame poderá ser realizado no chamado protocolo de um dia, onde as etapas de repouso e estresse ocorrerão no mesmo dia, ou então, no protocolo de dois dias (como diz o nome, as etapas de repouso e estresse são realizadas em dias distintos), sendo que este último protocolo é preferido, pois pelo maior tempo disponível, apresenta uma melhor qualidade nas imagens obtidas.

O exame tem um papel bem estabelecido dentro do arsenal de exames cardiológicos, sendo que suas principais finalidades são: diagnóstica, acompanhamento evolutivo (após uma cirurgia de revascularização ou uma angioplastia, por exemplo) e estratificação de risco e prognóstico. Esta última em particular é de grande importância, pois já é um conceito estabelecido através de vários estudos estatísticos que diante de um exame normal, a probabilidade de uma pessoa vir a apresentar eventos cardíacos (infarto ou morte por causa cardíaca) em um ano é menor do que 1% na população geral e que mesmo os pacientes que já possuem doença coronariana conhecida, com um exame normal, a probabilidade de complicações é de aproximadamente 2,1% ao ano. O oposto também é verdadeiro, ou seja, quanto mais extensos e intensos forem os defeitos de perfusão, maior a chance de esta pessoa apresentar um infarto ou morte por causa cardíaca.

Sexo feminino

Por muitas décadas, havia o conceito de que infarto do coração era uma doença relacionada ao sexo masculino. Hoje se sabe que as mulheres também são suscetíveis ao desenvolvimento de doença arterial coronariana (DAC), porém 10 a 15 anos mais tarde em relação à população masculina. Uma vez diagnosticada, a DAC tem prognostico pior na mulher comparado ao homem. Após infarto do miocárdio, a mortalidade no primeiro ano é maior no sexo feminino, em relação ao masculino (38% e 25% respectivamente). Outra característica da doença cardiovascular no sexo feminino é a difícil caracterização dos sintomas. Diferente dos homens, nas mulheres é comum encontrarmos sintomas atípicos, infartos com pouca dor ou nenhuma dor, especialmente em idosas e diabéticas. Durante a investigação para DAC em mulheres, frequentemente utiliza-se o Teste Ergométrico como uma boa ferramenta de triagem. Porém, devido à influência de hormônios femininos, ocasionalmente encontramos alterações no eletrocardiograma, tanto no de repouso quanto no de esforço, que podem ser interpretadas de maneira equivocada como “sugestivas de isquemia”; são os chamados exames “falso- positivos” (especialmente em mulheres em idade fértil, que possuem uma baixa incidência de doença coronariana). Para contornar este problema, frequentemente lança-se mão de exames de imagem, como o Ecocardiograma com stress Farmacológico ou a Cintilografia Miocárdica com stress físico ou farmacológico. A Cintilografia Miocárdica aumenta a precisão diagnóstica do teste ergométrico para ambos os sexos, sendo útil para identificar especialmente os casos de mulheres com testes “falsamente positivos”.

Referência: Medicina Nuclear: da metodologia à clínica/ Editoras Annelise Fisher Thom, Paola

Emanuela Poggio Smanio – São Paulo, Atheneu, 2007.

Cardiologistas da NuclearMed

Dr. André De Luca dos Santos – CRM-SC 11.807.

Cardiologista – título de especialista pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)

Pós-graduado em Arritmologia Clínica – InCor –USP. Habilitação em Arritmologia Clínica pela

Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC)

Consultório: 3445-0144. Ed. Millenium – Sala 401. Centro. Criciúma – SC

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